Opúsculo Humanitário, terceiro volume da Coleção Escritoras do Brasil, é uma coletânea de 62 artigos de Nísia Floresta, publicada em 1853. Parte desses artigos já havia sido publicada no Diário do Rio de Janeiro um ano antes e, depois da publicação da coletânea, no periódico O Liberal, desta vez na íntegra. Os temas dos artigos giram em torno da condição feminina e, principalmente, da importância da educação da mulher, vista pela autora como condição essencial para a superação da inferioridade feminina e para o progresso social.

Muitas mulheres e homens foram fundamentais para a educação brasileira, ora lutando por oportunidades iguais entre gêneros ou entre classes, ora no desenvolvimento de concepções pedagógicas originais. Nísia Floresta Brasileira Augusta faz parte desse qualificado grupo. Nasceu no estado do Rio Grande do Norte em 1810 e faleceu na França em 1885. Foi educadora, escritora, positivista e emancipacionista. Aos 28 anos, já escritora de várias publicações, fundou, no Rio de Janeiro, um colégio voltado à educação de moças, com propostas pedagógicas avançadas para a época, as quais proporcionavam às alunas uma educação bem próxima à dos meninos. Partiu para a Europa em 1849 e lá morou até sua morte.

Foi uma das primeiras brasileiras a romper os limites dos espaços dedicados à mulher, com a direção de escolas e com a publicação de livros e artigos de conteúdo filosófico e político na imprensa nacional. Em seus escritos, Nísia defendia ideais libertários em relação às mulheres, aos negros e aos indígenas. Grande parte de seus textos voltava-se à condição feminina e à reivindicação de que as mulheres tivessem acesso às mesmas oportunidades que os homens, principalmente em relação à educação

Escritoras do Brasil
A Coleção Escritoras do Brasil busca divulgar o trabalho intelectual das escritoras brasileiras de escassa ou nenhuma presença nos cânones literários, valorizando, assim, as atividades, a produção e o pensamento da mulher na construção da história do Brasil. Também visa preencher uma enorme lacuna na produção editorial no que se refere à publicação de autoras brasileiras, continuamente esquecidas pela divulgação e estudos literários.