A obra de Maria Ribeiro foi quase completamente perdida em um incêndio no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, local em que os originais da autora se encontravam. O drama em cinco atos é encenado pela primeira vez em 1865 no teatro Ginásio Dramático do Rio de janeiro. A peça, um espelho da época, é uma reflexão sobre questões sociais e familiares. É a narrativa da mãe escrava, Marta, "parda clara", iludida e seduzida por um patife, que se torna mãe de um menino branco que lhe é tomado e vendido. Ignorando totalmente sua ascendência africana. Eugênio, o filho, cresce julgando-se órfão e já adulto e casado, descobre, ao adquirir uma escrava, para alforriá-la, em comemoração aos quinze anos de sua filha, que comprara a própria mãe. Eugênio hesita em reconhecer publicamente que era filho de uma escrava. Torturado pelo pavor de assumir a mãe e com isso perder o patrimônio e o tesouro familiar que construíra, adota um comportamento estranho, acabando por levantar as suspeitas da esposa, que o acusa de estar acolhendo uma antiga amante sob o teto da família. Marta fica resignada a afastar-se de Eugênio para evita sua ruína conjugal. De feição abolicionista, a trama narra a experiência de mulheres negras e mestiças no Brasil escravista relacionada com a exploração sexual pelo homem branco.
Cancros Sociais
Coleção Escritoras do Brasil
Maria Ribeiro
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R$ 10,00
Livraria | |
Link_PDF | https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/580934/Cancros_sociais.pdf |
Páginas | 151 p. |
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Autor | Maria Ribeiro |
Ano | 2021 |
Editora | Senado Federal |