O padre Zygmunt Chelmicki, filho de família fidalga, empreendia intensa atividade comunitária, editorial e política. Em 1881, já atuando como jornalista do jornal Slowo (“Palavra”), Chelmicki chega ao Brasil, convidado para conhecer a vida dos seus compatriotas que, na Europa, apreendiam como miragem emigratória o que, na verdade, era um painel de fome e miséria. Suas anotações de viagem resultaram neste livro, que relata a vida não apenas de seus patrícios na nova terra, mas também o ambiente político e social do Brasil à época. Aqui teve intenso trabalho de filantropia e atuação intelectual, dirigindo a Biblioteca de Obras Cristãs e, entre outras publicações, redigindo um Compêndio Enciclopédico da Igreja. Também dirigente do Partido Político Realista, Chelmicki é um homem admirável, espírito inquieto e pesquisador incansável. Sua obra revela-se um guia seguro para conhecer, por via de olhos europeus, o universo social do Brasil do fim do Império e princípio da República.