Nos discursos presentes no livro, proferidos em encontros populares e em conferências, vê-se o orador e, principalmente, o abolicionista convicto. O político, diplomata, intelectual e escritor Joaquim Nabuco, autor também de Minha Formação e O Abolicionismo, elegeu-se em razão de sua capacidade oratória, empregada em defesa do fim da escravatura, e de sua visão particularíssima do processo abolicionista. Nesta obra, cuja primeira edição é de 1885, encontram-se concepções avançadas para a época, como a defesa de uma reforma agrária. Diz ele: “A propriedade não tem somente direitos, tem também deveres, e o estado de pobreza entre nós, a indiferença com que todos olham para a condição do povo, não faz honra à propriedade, como não faz honra ao Estado.” Neste conjunto de pronunciamentos, pode-se observar o desenvolvimento do pensamento do autor, desde a primeira conferência no Teatro Santa Isabel, em 12 de outubro de 1884, até o último discurso, no mesmo teatro, em 18 de janeiro de 1885.