Os primeiros meses da Proclamação da República, conhecidos como “República da Espada”, são chamados de ditadura militar nessa obra do Visconde de Ouro Preto (Afonso Celso de Assis Figueiredo).

No livro, o Visconde reproduz o manifesto de sua autoria publicado no jornal Comércio de Portugal sobre o levante militar de 15 de novembro de 1889, que derrubou a monarquia brasileira, acompanhado das respostas oferecidas às contestações que suscitou.

A obra permite que o leitor conheça o ponto de vista dos perdedores do conflito que levou à Proclamação da República no Brasil, com o testemunho de um dos mais destacados membros do regime monarquista deposto pelos militares: o Visconde de Ouro Preto, que foi senador do Império e presidente do Conselho de Ministros de Dom Pedro II. Assis Figueiredo foi preso no Quartel-General do Campo de Santana, no dia da Proclamação da República, com todo o ministério, tendo sido exilado em seguida.

Publicados em jornais do Brasil e de Portugal, são textos em que o Visconde polemiza, entre outros, com Ruy Barbosa – então ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca – e dá sua versão sobre o período inicial da Primeira República brasileira, um período de tensão e crise tanto econômica (com a crise chamada de Encilhamento) quanto política (devido à alteração de regime e à promulgação de uma nova Constituição), de dois governos militares: o do Marechal Deodoro da Fonseca, de 1889 a 1891, e o do Marechal Floriano Peixoto, até 1894.