Nesta obra, é possível flagrar Euclides desde o seu deslumbramento inicial com a República recém-proclamada até a desilusão com a realidade de governos elitistas e autoritários, passando pelo encontro com os ideais libertários que vicejavam no pensamento europeu desde o século XIX. Do primeiro artigo, datado de 13 de março de 1888 e publicado na Revista da família militar, até o último texto, a carta de 10 de abril de 1908, ano de sua morte trágica, Euclides da Cunha revela-se um homem que escrevia no horizonte filosófico da sua contemporaneidade. Os artigos, as cartas, os discursos e outros textos reunidos por Mauro Rosso contribuem para a compreensão da multifacetada capacidade intelectual do autor de Os Sertões.