Esta é a republicação da obra depois de quatro décadas da primeira edição. Em dez capítulos, o livro apresenta um relato detalhado sobre a campanha Diretas Já (1984) – mobilização social em todo o país que exigia eleições diretas para presidente depois de 20 anos de ditadura militar. São reportagens, análises e os bastidores dos principais comícios e articulações políticas da época.

O autor, o jornalista Ricardo Kotscho, ao apresentar a obra, destaca que a campanha Diretas Já foi essencial para a reconquista da cidadania e a redemocratização do Brasil: “Se algum herói há na história da travessia, este herói é o povo brasileiro, o homem anônimo, a mulher moça ou velha, as crianças”.

Abrindo os Prefácios, o jornalista e escritor Oscar Pilagallo faz uma retrospectiva daquele momento e destaca o papel do autor. “O mérito de Ricardo Kotscho foi ter tido a sensibilidade de identificar, a partir das impressões colhidas em suas andanças de repórter atilado, a direção dos ventos políticos”, destacou.

Ao prefaciar a obra em abril de 1984, o então deputado federal Ulysses Guimarães, chamado de Senhor Diretas, disse que Kotscho não focou nas celebridades do movimento. “Sua pena é também alto-falante da multidão, assegura-lhe o papel de personagem no grande e terrível drama social brasileiro. Leia este livro. Assim verificará que, mais uma vez, o povo tem razão”, escreveu Ulysses.

“Obra espetacular, que muito tem a ensinar para as novas gerações, e, a nós, os que estivemos presentes, a lembrança de tempos difíceis, de muita luta e da certeza de que estivemos do lado certo da História”, diz o ex-senador Eduardo Suplicy também no prefácio.

O livro, com 295 páginas, é ilustrado com fotos das manifestações, imagens do texto original da Emenda Dante de Oliveira com as assinaturas dos apoiadores e uma lista dos parlamentares que votaram favorável e contrariamente à proposta.

40 anos após a primeira edição, o livro permanece atual, destaca no Posfácio o jornalista Fernando Mitre: “A eterna vigilância é um preço que, no Brasil — e não só no Brasil — a consciência democrática não pode deixar de pagar, em nenhum momento. As forças democráticas acabaram vencendo, mas o rastro deixado pelos adversários sempre foi claro. E clara a advertência”.

A publicação ainda apresenta um depoimento do ex-senador Pedro Simon, a cronologia dos acontecimentos e um convite a quem tenha imagens ou documentos daquele momento para que compartilhe e contribua com futuras reedições.