O livro descreve como foi criada a obra 8 de Janeiro de 2023, do artista Vicente José de Oliveira Muniz, o Vik Muniz. A peça foi construída com os destroços das invasões aos palácios dos Três Poderes em Brasília, transformando, assim, cacos de uma tragédia em obra de arte.

Em cinco capítulos, a publicação, uma iniciativa da Secretaria de Comunicação do Senado, apresenta o contexto das invasões e depredações das sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro de 2023; a vida e trajetória do artista Vik Muniz; o processo utilizado para elaborar arte com destroços; o significado da obra; e a marca que ela deixa na história. Desde 7 de fevereiro de 2024, o painel, medindo 281 por 183 centímetros, está exposto à visitação no Salão Azul, próximo à entrada principal do Plenário do Senado.

Inspirado na técnica japonesa kintsugi – em que se repara com ouro objetos de cerâmica quebrados, deixando uma cicatriz na peça –, Vik Muniz criou a obra de arte com os cacos de vidro, quadros rasgados, carpetes e móveis danificados pelos vândalos. Ao receber as quase quatro toneladas de resíduos, o artista disse que o “material impregnado de ódio e catarse coletiva” vai remontar o que foi destruído e “criar uma cicatriz, que tenha valor histórico”.

Agradecendo ao artista na apresentação do livro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ressalta que a obra, inaugurada no ano em que o Senado completa 200 anos, “marca uma data que deve ser esquecida, mas jamais pode ser esquecida” e acrescenta que “um dos atos que coroa os 200 anos do Senado é a reafirmação da democracia eternizada nesta obra que transforma cacos e resíduos de atos violentos em um símbolo de resistência democrática”.