A obra de João Darcy de Moura Saldanha apresenta o resultado de 20 anos de pesquisas relacionadas aos monumentos criados com grandes (mega) pedras (litos) há mais de mil anos. Pelas pesquisas já efetuadas, esses blocos de pedras tinham múltiplas funções: marcar fenômenos astronômicos, receber urnas funerárias com restos ancestrais das comunidades do entorno, congregar pessoas de diferentes regiões para festins rituais e ainda marcar diferenças sociopolíticas não só entre pessoas, mas também entre diferentes aldeias, seja pelo uso de cerâmicas altamente decoradas, seja em razão do tamanho das rochas, que exigiria uma coordenação centralizada para incentivar os grupos a investir tempo na construção destes monumentos.

Descobertos no início do século 21, os sítios arqueológicos revelam um complexo círculo de imensas pedras, cuidadosamente posicionadas, que intrigam pesquisadores e despertam a imaginação sobre os conhecimentos astronômicos e culturais desses povos ancestrais.

A descoberta dos megalíticos do Amapá não apenas enriquece o patrimônio histórico e cultural brasileiro, mas também abre novas perspectivas sobre a complexidade das antigas sociedades amazônicas. Ao revelar conhecimentos avançados em astronomia e arquitetura, o sítio desafia a visão tradicional de que tais realizações eram exclusivas de civilizações mais conhecidas, como as andinas ou mesoamericanas, destacando a importância de continuar a explorar e preservar esses tesouros arqueológicos.